A suplementação contínua de creatina, tradicionalmente associada ao aumento de desempenho esportivo, tem mostrado benefícios que vão além do contexto esportivo. Evidências recentes indicam impacto positivo sobre saúde mental, cognição e diversas condições clínicas. A creatina desempenha papel fundamental no metabolismo energético cerebral, e sua suplementação pode aumentar os estoques cerebrais, favorecendo funções cognitivas, especialmente em situações de estresse metabólico, como privação de sono, fadiga mental e envelhecimento. Estudos sugerem melhora em memória, atenção e tomada de decisão, com destaque para populações com baixos níveis basais de creatina, como mulheres, veganos e idosos.
No contexto da saúde mental, há evidências de que a creatina pode atenuar sintomas de depressão e ansiedade, possivelmente por restaurar a homeostase energética cerebral. Em mulheres, a suplementação pode contribuir para redução de fadiga relacionada ao ciclo menstrual e apresentar efeitos positivos sobre humor e cognição em diferentes fases da vida, incluindo gestação e menopausa. Em veganos e vegetarianos, que possuem menores reservas endógenas de creatina, a suplementação pode melhorar desempenho físico e neuropsicológico.
Além disso, a creatina tem sido estudada como adjuvante em condições clínicas como sarcopenia, caquexia, doenças neurodegenerativas (Parkinson, Huntington), recuperação de lesão cerebral traumática e fadiga crônica, com resultados promissores na preservação muscular, neuroproteção e melhora da capacidade funcional. Também há indícios de efeito antioxidante e anti-inflamatório, relevante para populações expostas a estresse oxidativo e inflamação sistêmica, como profissionais de segurança pública.
A creatina monoidratada permanece como a forma preferencial, sendo importante o ajuste da dose para maximizar benefícios e evitar efeitos adversos, especialmente em uso crônico. Em síntese, a literatura médica atual respalda o uso contínuo de creatina como estratégia segura e eficaz para promover saúde física, mental e cognitiva em diferentes populações, indo muito além do contexto esportivo.
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