Vocês sabem que o alimento é o combustível para o corpo funcionar, certo? E com o aumento de volume e intensidade nos treinos (além do trabalho, rotina, vida social…), é necessário ofertar mais combustível ainda! A “falta de combustível” é conhecida como baixa disponibilidade energética e nesse post eu, Gabi, vou contar sobre os efeitos e consequências (que são várias e negativas) deste quadro.
A baixa disponibilidade energética é um fenômeno que ocorre quando a ingestão calórica de uma pessoa não é suficiente para atender às necessidades de energia do organismo, resultando em um desequilíbrio energético negativo. Esse desequilíbrio pode ser causado por restrições alimentares extremas, dietas inadequadas, excesso de atividade física ou até mesmo distúrbios alimentares. Um dos impactos mais evidentes é a perda de peso e a redução da massa muscular, resultante da quebra das proteínas musculares para obter energia. Essa redução da massa muscular compromete a força e a capacidade de realizar atividades físicas, o que afeta negativamente o desempenho esportivo e claro, a qualidade de vida.
Além disso, a baixa disponibilidade energética está associada a uma série de problemas de saúde. A redução da ingestão calórica pode levar à deficiência de vitaminas e minerais essenciais, enfraquecendo o sistema imunológico e aumentando o risco de infecções. Também pode causar distúrbios hormonais, afetando a regulação do ciclo menstrual nas mulheres, o que pode resultar em amenorreia (ausência de menstruação), osteoporose e outros problemas de saúde óssea.
Outro efeito preocupante da baixa disponibilidade energética é o comprometimento cognitivo. A falta de energia disponível para o cérebro pode resultar em dificuldades de concentração, memória e tomada de decisões, afetando negativamente o desempenho profissional e claramente o desempenho esportivo. E é exatamente o oposto que queremos. Afinal, o esporte é para ser algo saudável e não o contrário.
Estudos também demonstraram que a baixa disponibilidade energética pode levar a alterações no metabolismo, como uma redução na taxa metabólica basal, que é a quantidade de energia que o corpo queima em repouso. Isso porque o corpo é tão inteligente que sabe que não pode “gastar” muito, porque afinal ele “recebe” pouco.
“Gabi, como sei se estou com baixa disponibilidade energética?”
Ela pode ser difícil de identificar por conta própria, pois muitas vezes os sintomas não são imediatamente óbvios. Existem sinais e sintomas que podem indicar a presença desse problema, sendo alguns deles:
- fadiga extrema; diminuição do desempenho; distúrbios menstruais; mudanças de humor; redução da densidade óssea.
Para evitar os efeitos adversos da baixa disponibilidade energética, é fundamental manter uma alimentação equilibrada que atenda às necessidades energéticas do corpo, levando em consideração a prática de atividades físicas, o volume, a intensidade e, claro, a rotina. É importante estar ciente dos sinais e buscar ajuda médica ou nutricional quando necessário.
Obrigada pela leitura e nos vemos no próximo post! Spoiler alert: calor, verão, suor…
Gabi.
Referências:
Loucks, A. B. (2007). Low energy availability in the marathon and other endurance sports. Sports Medicine, 37(4-5), 348-352.
Nattiv, A., Loucks, A. B., Manore, M. M., Sanborn, C. F., Sundgot-Borgen, J., Warren, M. P., & American College of Sports Medicine. (2007). American College of Sports Medicine position stand. The female athlete triad. Medicine & Science in Sports & Exercise, 39(10), 1867-1882.
Mountjoy, M., Sundgot-Borgen, J. K., Burke, L. M., Ackerman, K. E., Blauwet, C., Constantini, N., ... & Ljungqvist, A. (2018). IOC consensus statement on relative energy deficiency in sport (RED-S): 2018 update. British Journal of Sports Medicine, 52(11), 687-697.