Os ácidos graxos ômega 3 são conhecidos por terem propriedades anti-inflamatórias. Isso é particularmente importante para os atletas, já que o exercício pode levar a danos musculares e inflamação.
O consumo adequado de ômega 3 pode ajudar a reduzir a inflamação, promover a recuperação muscular e reduzir a dor após o exercício. Além disso, o ômega 3 também pode ajudar a melhorar a função cardiovascular, aumentando a vasodilatação e reduzindo a pressão arterial. Isso pode ser especialmente benéfico para atletas que participam de esportes de resistência, como maratonas ou triatlos.
Outro benefício do ômega 3 para atletas é o seu potencial para melhorar a função cognitiva. Alguns estudos mostraram que o consumo adequado de ômega 3 pode ajudar a melhorar a memória, a concentração e a capacidade de aprendizado. Isso pode ser benéfico para atletas que precisam estar em seu melhor estado mental para competir.
Vale ressaltar que nenhum benefício dos suplementos de óleo de peixe foi observado no desempenho de exercícios de resistência, adaptações de treinamento, força muscular ou função pulmonar (exceto em casos de broncoconstrição induzida por exercício (BIE)).
O óleo de peixe contém dois ácidos graxos ômega 3 que parecem particularmente importantes: o ácido docosahexaenóico (DHA) e o ácido eicosapentaenóico (EPA). Fontes dietéticas de DHA e EPA são peixes gordurosos, como salmão, cavala, truta, e mariscos, como mexilhões, ostras e caranguejos. Várias nozes, sementes e óleos vegetais contêm ácido alfa-linolênico (ALA), que é outro ácido graxo ômega 3 que pode ser transformado em EPA e DHA.
Descobriu-se que o treinamento leva a melhorias no status de ômega 3, ou seja, aumento do conteúdo de ácido docosahexaenóico (DHA (22:6n–3)) das membranas celulares, o que pode resultar em atletas, em virtude de anos de treinamento, com menos ou nenhuma necessidade de suplementação com suplementos de óleo de peixe. Então não, nem todo atleta deve suplementar.
Devemos primeiro medir o status de ômega 3 para capturar perfis de ácidos graxos que nos dão maior objetividade em responder se um determinado atleta se beneficiaria da suplementação; certamente, evitar deficiências é fundamental. Lembrando que os atletas que seguem uma dieta vegana correm alto risco de inadequação de DHA e EPA. Em segundo lugar, devemos monitorar o status de ômega-3 do atleta periodicamente para permitir ajustes quando necessário e reconhecer que o DHA e o EPA podem exercer efeitos positivos significativos na fisiologia do atleta.
Em resumo, o ômega 3 é um nutriente importante para atletas, devido à sua capacidade de reduzir a inflamação, melhorar a função cardiovascular e cognitiva, e promover a recuperação muscular. Devemos garantir o consumo ômega 3 suficiente na dieta, seja através de alimentos ou suplementos de alta qualidade.
Referências: Rizos EC, Ntzani EE, Bika E, Kostapanos MS, Elisaf MS. Association between omega-3 fatty acid supplementation and risk of major cardiovascular disease events: a systematic review and meta-analysis. JAMA. 2012 Sep 12;308(10):1024-33.

Helge JW, WuBJ, Willer M, Daugaard JR, Storlien LH, Kiens B. Training affects muscle phospholipid fatty acid composition in humans. Journal of Applied Physiology 2001; 90(2): 670-7.

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